terça-feira, 14 de junho de 2011

Uma reflexão sobre bullying e o papel do Educador

Em uma reflexão sobre todos os conteúdos estudados em nossos último semestre, ainda podemos afirmar o que tantas vezes afirmamos: só mesmo com paixão poderemos mudar a realidade de uma forma positiva. Casos de violência ocorrem dentro e fora da escola. A escola muitas vezes assume um papel muito rígido, despreocupado, que estigmatiza, oprime e afasta os alunos. A preocupação de muitos educadores e dirigentes de escolas está diretamente ligada às notas das avaliações. O que está fora das paredes da escola, não representa qualquer importância para esses educadores.
Quando a criança já vem de uma família desestruturada, que não acompanha, não conversa, toda a dificuldade encontrada no ambiente escolar, só faz estourar as emoções que se acumulam dentro dessa criança, desse jovem. A responsabilidade de conscientizar as crianças sobre as conseqüências de sua atitude é da família, da comunidade e da escola. Ações conjuntas e que consigam atingir os interesses dos alunos, certamente trarão melhor reflexão e com isso, melhor preparo diante de situações de conflito.
Hoje, o assunto do momento é o bullying. Como diria a música “desde os primórdios, até hoje em dia, o homem ainda faz, o que o maçado fazia”, essas atitudes que causam constrangimento, humilhação, discriminação e tocam fogo na palha da violência, sempre existiram. Os tempos mudam, novos termos surgem, mas as pessoas são as mesmas. As iniciativas são pequenas diante do crescimento acelerado da tecnologia, das crianças, da massa. É estranho pensar, que comentaristas hoje na TV, em pleno 2011, façam textos sobre as novidades de um livro de português que “privilegia” o “inadequado”, reforçando que é uma atitude do governo para controlar e satisfazer a massa, para que continue sem intelecto suficiente para exigir seus direitos. Há quanto tempo mesmo ouvimos algo desse gênero? A história se repete e se moderniza, mas só nos termos. Os comportamentos são os mesmos. Só evoluem. Evoluem certamente não é a palavra correta. Regridem, essa sim. Como se realmente tivéssemos voltando para os primórdios, primitivos seres irracionais.
Na escola, a postura dos professores muitas vezes é de inércia. Muitos estão desgastados e simplesmente “deixam rolar”. Na escola da minha filha, há uma menina que “toma” o lanche das mãos dos menores. Como nos filmes sabe? E os ameaça para não contarem. A ameaça é no olhar. Esse comportamento persiste. E nada é feito. Pais ou educadores? Pais e educadores juntos podem chegar a um acordo, mas... eles estão preparados para isso?
Todas essas sensações trarão conseqüência para o desenvolvimento desse ser, desse cidadão, que possivelmente irá repetir os comportamentos na fase adulta, em igual ou maior proporção.
Os laços afetivos, a compreensão, a família, o respeito, a igualdade, não são mais os valores reforçados. Está na “moda” ser rebelde, as crianças inclusive são estimuladas em programas dirigidos a elas mesmas. Está na “moda” ser contra a família. Está na moda a homossexualidade como experiência, como sinônimo de ser moderno, de ser “bacana”. E todos os comportamentos sem limites, sem conseqüências, simplesmente porque todos tem preguiça de se envolver. De cuidar. De chamar a responsabilidade para si. De dar mais que um passo sem se mostrar exausto. As escolhas foram feitas, ser pai e mãe, assim como ser educador, é uma escolha. As escolhas foram feitas, mas não foram assumidas.
O momento em que vivemos é esse. De retrocesso. Somente assumindo nossas responsabilidades diante de nossas crianças é que teremos que nos centrar no educar com afeto, compreender as realidades, ouvir, participar, contribuir, exercer, vivenciar as culturas diferentes e respeitá-las, compartilhar experiências e trocar o tempo todo. Tudo isso só depois de assumir nossa responsabilidade.

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