Em nossos dias cada vez mais toma-se
consciência da importância da dança como forma de expressão do ser humano. A
dança hoje é percebida por seu valor em si, muito mais do que um passatempo, um
divertimento ou um ornamento. Na educação, ela deve estar voltada para o
desenvolvimento global da criança e do adolescente e vai favorecer todo tipo de
aprendizado que eles necessitam. Uma criança que na pré-escola teve a
oportunidade de participar de aulas de dança, certamente, terá mais facilidade
para ser alfabetizada, por exemplo.
A dança educativa revela a alegria de se
descobrir através da exploração do próprio corpo e das qualidades de movimento.
Este trabalho é dirigido para crianças a partir de dois anos de idade e tem
como ponto de partida a movimentação natural delas. Uma vez entendido a riqueza
das possibilidades de movimento de uma pessoa, ficou impossível reduzir o
ensino da dança para a repetição de alguns passos e gestos. Foi preciso um novo
enfoque para dar conta das variações quase infinitas deles.
Em vez de estudar cada movimento
particular, o aluno compreende e pratica seus princípios.
Tradicionalmente, a dança é algo para ser
“apresentado e visto”. No mundo contemporâneo, entretanto, esta barreira entre
o artista e o público está sendo quebrada. O desafio agora é estabelecer um
diálogo mais próximo também entre a arte e a educação em uma mesma atividade,
isto visa proporcionar vivências de dança que articulem a criação pessoal e
coletiva de movimentos, a apreciação e o conhecimento da dança de modo a
integrar a razão e o sensível, o individual e o coletivo, a arte e a educação.
Através da utilização de uma metodologia
específica, busca-se o alcance de qualidades físicas e psíquicas próprias da
infância e da adolescência.
O pensamento cartesiano dizia: "Penso, logo existo."
Hoje em dia: "Existo,
pelo fato de estar aqui."
Os alunos não podem ser considerados simplesmente como mente e seu corpo
ser secundarizado em benefício dela, e é óbvio que não devemos relegar a mente
em benefício do corpo. Mente e corpo não podem ser instrumentos a serem
manejados. É preciso fazer com que os alunos deixem de ser corpo-objeto e
tornem-se corpo-sujeito, um corpo vivido (e isso depende de nós).
Feito isso, estaremos certos que alcançaremos o sucesso tanto no ensino quanto na aprendizagem.
Referência: Verderi, Érica B.L.P. Dança na
Escola. Rio de Janeiro:Sprint, 1998.
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